sábado, 26 de julho de 2008

OBJECTIVOS E ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO!




Objectivar é adequar a realidade à necessidade, baseando-nos nos recursos actuais e na sua valia para um projecto de obtenção de melhorias. As políticas de gestão não podem ser o resultado das vontades e gostos pessoais dos autarcas, mas devem ser a visão reguladora de um colectivo, impulsionada por uma visão esclarecida e generalista de um sentir culto, adequado ao pensamento das melhores vontades.
A estratégia prioritária, para concelhos rurais do interior, onde as carências materiais abundam, a par de uma cultura popular fortemente enraizada e típica, deve ser a rotina dos concursos públicos de ideias inovadoras, onde todos, querendo, possam participar no projecto das iniciativas municipais, em todas as áreas de investimento e desenvolvimento. Definem-se assim, sobretudo, o conjunto de muitas pequenas obras prioritárias, capazes de responderem às ânsias populares, de satisfação das suas necessidades básicas.
Os recursos do Concelho são essencialmente naturais, mas também humanos, logo culturais. Os serviços não são a única saída da actividade regional, pois que, isoladamente, criam um tecido económico frágil e dependente, sobretudo em épocas de crise. Precisamos estruturar todos os sectores, de modo a transferir-se mais valia interna, na elaboração dos recursos naturais, contribuindo para a criação e manutenção de riqueza no território Povoense. A estratégia de obra, megalómana permanente, transforma-se na sangria financeira de quem suporta o investimento, e que é quase sempre o município, face ao investimento directo e ao serviço das dívidas, sobre encargos de outras entidades superiores, que vão protelando os pagamentos às entidades locais, que já investiram e primeiro projectaram! Acresce mais, a este aspecto negativo, o facto de as obras serem adjudicadas a empresas não locais. É assim que, o desenvolvimento, a curto prazo, pode significar empobrecimento a longo prazo, porque o tecido económico local foi esquecido, no contributo decisivo de particpar nas execuções de obra e fixação de capital local! De facto, Portugal teve sempre a mania de entregar o ouro ao "bandido"; porque os decisores pendem sempre para a mania das grandezas e para a compra lá fora. Assim, gostamos de gastar, mas não de investir na revitalização da economia próxima. Perde-se a oportunidade de sustentar a região, em tempo de colapso empresarial, depois do fecho da "LEAR"!
O factor inovação permite potenciar o que se tem de único, constituíndo um polo local de atracção turística, e oferecendo motivos inigualáveis, que devem estar facilmente acessíveis e inscritos nos roteiros de viagem e turismo.
Para isto, devemos promover o melhoramento ambiental do Concelho, que se consegue com a restruturação do coberto vegetal, quer nas localidades, quer nas áreas ecológicas protegidas, bem como com o melhor projecto e a melhor implantação das estruturas construídas, acabando por melhorar o próprio clima e atraír mais pessoas para a sua usufruição, e até fixação. A intensificação desta vertente, sobretudo na área do eco-turismo, faz-se com o tratamento das áreas naturais protegidas, revertendo-as às características de climax originais de outrora, com reintrodução de espécies vivas, atractivas para os programas de “safari”. Complementarmente, a riqueza documental é reforçada pelo aumento da visibilidade estética, que se dê ao património histórico e construído.
Se o investimento no turismo é rentável, precisamos de restruturar a nossa paisagem, de modo a oferecer diferença melhorada, onde se adequem estruturas de fruição polivalentes. O turismo não é só unidade hoteleira edificada em bloco de betão. É também aproveitamento integrado do espaço natural, a par dos aproveitamentos florestais e agrícolas, conciliados com lazer. Faltam os mecanismos de divulgação de uma melhor imagem, após os esforços de restruturação do território, em que o PDM tem intervenção fundamental, se for projectado para a realidade futura e não para o diagnóstico do que temos!
Assim, o Concelho pode inscrever-se nos programas de desenvolvimento regional, com a participação democrática das populações, com grande representação de ideias inovadoras e étnicas.
A finalizar, a circulação de informação e a facilidade de acesso é preponderante, para que os cidadãos evoluam cada vez mais, no sentido de se abrirem a novas posturas participativas e empreendedoras, para saberem cuidar, cada vez melhor, da sua terra e da sua abertura ao acolhimento das gentes do mundo.
Mais importante que a organização interna da "Câmara" é a replicação das práticas, para serem aplicadas pelos cidadãos. Assim, não podemos atribuir sucesso ambiental ao Concelho, quando as autarquias apenas apostam nas suas práticas ambientais, de funcionamento interno; não se deve confundir prática ambiental da instituição com melhoramento ambiental global do município!

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